segunda-feira, 30 de julho de 2012

Doctor Who – Vale Cada Minuto!

Apaixonados por series:
Doctor Who é uma série obrigatória para todo apaixonado por séries. A série da BBC vai contra a maioria das séries britânicas, que tendem a ter poucas temporadas, sendo a série de ficção científica mais longa do mundo, existindo desde 1963! Desde então, muita coisa aconteceu. A série chegou a ficar alguns anos fora do ar, mas nunca foi encerrada (o universo de Doctor Who não se limita apenas à TV, também há audiobooks, livros, revistas, HQs, etc). Em 1989, a série foi suspensa da televisão. Em 1996, na tentativa de trazer o Doutor de volta ao ar, a BBC se juntou com a FOX para um telefilme. O filme não é muito apreciado pelos fãs, mas Paul McGann é considerado oficialmente a 8ª regeneração do Doutor.Em 2005, Russell T. Davies e Julie Gardner trouxeram Doctor Who de volta para TV britânica. Agora, você me pergunta: “sobre o que é essa série e como pode durar tanto tempo?”. Simples: A série gira em torno do Doutor. Sim, esse é o nome dele. “Just The Doctor”. Ele é um Senhor do Tempo, um alienígena de 900 e tantos anos com 2 corações. Ele viaja no tempo e espaço em uma TARDIS Time And Relative Dimensions In Space - que se parece com uma cabine de polícia britânica da década de 60. Isso porque o circuito camaleão quebrou, pois uma TARDIS pode se camuflar de acordo com o lugar e época em que ela pousa. Sim, ela é mais legal do que o DeLoreanAté porque ela é maior por dentro do que por fora.
O Doutor nunca viaja sozinho e por isso sempre acaba levando pessoas que ele encontra pelo caminho com ele. A durabilidade da série está relacionada à habilidade dos Senhores do Tempo de se regenerarem. Quando ele está perto de morrer, ele muda todas as células do corpo, se transformando totalmente. Por causa disso, o ator que representa do Doutor sempre muda, sendo que hoje ele está em sua 11ª regeneração.Agora, você que nunca assistiu a série pensa: “nossa, esse negócio parece ser bom mesmo. Mas por onde eu começo?”. Boa pergunta. Bom, a série é dividida em série clássica, que é a de 1963 – 2005 e a  atual, que é de 2005 até hoje. Digamos que a clássica é nível para fã avançado. Então a gente foca na atual. Começa-se a contar as temporadas a partir de 2005, então essa é a 1ª temporada da série atual. Algumas pessoas sugerem ir direto para a temporada de 2010, com Matt Smith, 11º e atual Doutor. Dá para entender a história facilmente, mas o problema é que você perderia muita coisa boa.
Mas sejamos honestos. Se o primeiro episódio que eu tivesse assistido fosse Rose (1×01), eu nunca (repito, nunca!) assistiria o resto. Os efeitos são estranhos, as histórias também… No começo da 1ª temporada é tudo meio infantil e esquisito. O primeiro episódio que eu assisti foi A Christmas Carol, que é o episódio de Natal da 5ª temporada. Eu assisti porque vi gente comentando na internet e a imagem promocional é linda. Dá para entender tudo tranquilamente sem nunca ter assistido nada. Quando o episódio acabou eu só conseguia pensar: “como que eu fiquei tanto tempo sem assistir isso??”. É definitivamente o melhor episódio de Natal que já vi na vida.Só continuei a assistir a 1ª temporada porque se uma série conseguia fazer um episódio tão maravilhoso, ela merecia uma chance. Hoje eu já vejo a beleza da temporada de 2005 e acho que todo mundo tinha que assistir, mas o primeiro episódio que me empolgou foi o duplo The Empty Child / The Doctor Dances (1×09 / 1×10). A partir daí a série me conquistou.
Então o que eu recomendo? Assista tudo desde 2005. Mas não comece com Rose sem tem assistido nenhum episódio mais para frente. Sempre que eu recomendo a série para alguém eu falo para assistir algum episódio antes para ver o potencial da série. Recomendo sempre o clássico: Blink (3×10). Primeiro porque o episódio é completamente filler. Ele não tem conexão com a temporada e não precisa ter nenhum conhecimento da história para acompanhar. Na verdade, o Doutor aparece apenas por alguns momentos. E ainda assim o episódio consegue ser uma obra prima. É sério. Mas uma dica: Não façam como eu fiz. Não assistam sozinhos de madrugada.
Doctor Who é uma série fantástica porque ela se sustenta sozinha. Ela não depende de nenhum ator específico. Os atores vem e vão, mas a série continua. É uma série que se dedica mais às histórias do que aos efeitos especiais e por causa de tudo isso que consegue ser tão duradoura. A série não se prende à um único gênero: ela pode ser comédia, drama, romance e terror, tudo ao mesmo tempo. Who tem o mesmo efeito em mim que Harry Potter, As Crônicas de Nárnia O Senhor dos Anéis. Há uma mágica nas histórias que me deixa fascinada. Sempre haverá outras séries que eu amo, mas essa é especial. Então eu garanto: Vale cada minuto! Se você começar a assistir e achar chato, dê mais uma chance, porque quando você menos esperar, ela pode se tornar a sua série favorita.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Única e múltipla

Carta Capital:
Jane Fonda, que em dezembro completa 75 anos, já viveu muitas vidas, e não apenas nas telas. Filha de um dos maiores astros de Hollywood, Henry Fonda, ela foi símbolo sexual, militante comunista, missionária da boa forma, madame milionária, mas, sobretudo, grande atriz.
Jane Fonda. Militante, símbolo sexual, missionária da boa forma, mas sobretudo grande atriz
Perfeitamente sintonizada com sua época, Jane expôs as múltiplas faces da mulher norte-americana contemporânea. Depois das comédias românticas do início da carreira, marcou época na ficção científica pop Barbarella (1968), de seu então marido Roger Vadim. Em seguida, encarou seus papéis mais densos: a derrotada suicida de A Noite dos Desesperados (Sydney Pollack, 1969), a prostituta chantageada de Klute (Alan Pakula, 1971).
Radicalizou suas posições políticas, incentivada pelo segundo marido, o ator e ativista Tom Hayden. Sua militância pró-vietcongue rendeu-lhe o apelido de Hanói Jane. Como produtora, bancou e estrelou filmes sobre o Vietnã (Amargo Regresso), o fascismo (Julia) e o perigo nuclear (Síndrome da China). Militante feminista, causou surpresa ao lançar em 1982 seu primeiro livro de ginástica.
Em 1990 anunciou sua aposentadoria, e no ano seguinte casou-se com o magnata das comunicações Ted Turner. Mas voltou à ativa em 2005, em A Sogra, e a partir daí não parou. Será a ex-primeira-dama Nancy Reagan em The Butler, de Lee Daniels, previsto para 2013.
O talento herdado do pai e lapidado no Actors Studio foi recompensado com dois Oscars (por Klute e Amargo Regresso) e outras cinco indicações. “Simular emoção é fácil para mim. Meu pai dizia que os Fondas são capazes de chorar diante de um bife.”
DVDs

Histórias Extraordinárias (1968)

Curiosa reunião de contos de Edgar Allan Poe adaptados por Federico Fellini (Toby Dammit), Louis Malle (William Wilson) e Roger Vadim (Metzengerstein). Jane Fonda é a condessa Frederique Metzengerstein, que se entrega a orgias e crueldades e cujo amante reencarnou num cavalo. 


Klute, o Passado Condena (1971)

Um homem desaparece e a única pista que o detetive John Klute (Donald Sutherland) tem é uma carta enviada por ele a uma prostituta (Jane Fonda). Passa a vigiá-la e descobre que outros a perseguem. A atriz ganhou seu primeiro Oscar pela atuação nesse drama de Alan J. Pakula.


Num Lago Dourado (1981)

Professor aposentado (Henry Fonda) e sua mulher (Katharine Hepburn) recebem em seu chalé de veraneio a visita da filha (Jane Fonda), que eles não viam havia anos. Jane Fonda produziu o filme de Mark Rydell em homenagem ao pai. Foi a única vez em que atuaram juntos, o último filme dele e o único que lhe deu o Oscar de ator.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Arqueólogos desenterram ossada que pode ser da Mona Lisa

Carta Capital:

Por Ella Ide

Uma equipe de arqueólogos italianos desenterrou nesta terça-feira 24 em um convento abandonado de Florença um esqueleto muito bem conservado que pode ser de La Gioconda, a mulher do sorriso misterioso que Leonardo Da Vinci imortalizou no célebre quadro da Mona Lisa.
Esqueleto humano desenterrado num túmulo do Convento Medieval de Santa Úrsula, em Florença. Foto: Claudio Giovannini/AFP
Até agora foram descobertos vários corpos na busca pelos restos mortais de Lisa Gherardini, a nobre florentina que pode ter sido o modelo do retrato que Da Vinci pintou entre 1503 e 1506.
Segundo Silvano Vinceti, diretor da equipe de arqueólogos, este esqueleto em particular é muito promissor, mas ainda será preciso fazer testes pra comprovar sua identidade.
“Creio que chegamos à parte realmente emocionante para os investigadores, a conclusão de nosso trabalho no qual nos aproximamos da pergunta-chave: encontraremos ou não os restos de Lisa Gherardini?”, afirmou Vinceti, especialista na solução de mistérios da História da Arte.
Os arqueólogos começaram a cavar no ano passado, quando novos documentos confirmaram que Gherardini, a esposa de um rico negociante de seda florentino chamado Francesco del Giocondo, viveu no convento depois da morte de seu marido, onde suas duas filhas freiras cuidaram dele e onde, em seguida, ela foi enterrada.
Acredita-se que Del Giocondo encomendou o retrato a Da Vinci e, apesar de não existirem provas tangíveis, a maioria dos historiadores está de acordo que Lisa Gherardini serviu de modelo para o retrato que hoje pode ser admirado no Louvre de Paris.
Quadro de Da Vinci exposto no Louvre. Foto: Mychele Daniau /AFP
Os pesquisadores submeterão agora os restos do esqueleto conservado a uma série de testes para confirmar se pertencem a Gherardini, na esperança de reconstruir seu rosto e compará-lo com os traços faciais da pintura de Da Vinci.
“Os testes com carbono-14 nos permitem datar o período para saber se os restos são de meados do século XVI. Depois faremos testes para conhecer a idade da pessoa quando morreu. Sabemos que Gherardini tinha 62 ou 63 anos quando morreu”, afirmou Vinceti.
“Depois vem o teste mais importante, o do DNA, porque temos os restos mortais de suas filhas. Se corresponderem, saberemos que são os restos da modelo que inspirou a Mona Lisa”, acrescentou o arqueólogo, que também preside o Comitê Nacional Italiano para o Legado Cultural.
Se for confirmada a identidade do esqueleto, os investigadores iniciarão um processo de dois meses para reconstruir o rosto.
“Os traços fundamentais serão claramente visíveis. Já tentamos com Dante Alighieri, quando reconstruímos seu rosto. Seremos capazes de deixar para trás as hipóteses e comparar realmente o rosto reconstituído da musa que inspirou o artista”, explica o especialista.
A identidade da Mona Lisa e de seu enigmático sorriso são um dos grandes mistérios da História da Arte e os arqueólogos da equipe italiana asseguram que é emocionante estar tão perto de desvendá-lo.

Leia mais em AFP Movel.

Jaiminho receberá homenagem em Tangamandapio!

Brogui:
Muita gente não sabe, mas a cidade onde “nasceu” o carteiro Jaiminho do Chaves, Tangamandapio, realmente existe! Ela fica localizada no México, e seu nome completo é Santiago Tangamandapio. Uma cidade pequena, de aproximadamente 20 mil habitantes.
Para homenagear o personagem que tornou a cidade conhecida mundialmente (e para que todos saibam que ela realmente existe) o chefe do município mandou construir uma estátua de bronze do Jaiminho (foto abaixo) que deverá ser inaugurada para visitação no dia 25 de julho.
Apenas para curiosidade, quando Raul “Chato” Padilla estava criando o personagem “Jaiminho”, ele pesquisou em uma lista telefônica vários nomes de municípios diferentes para escolher onde seria o nascimento do Jaiminho, até achar a cidade de Santiago Tangamandapio.

jaiminhochaves imagem

Demorada, porém justa homenagem.

terça-feira, 24 de julho de 2012

24 falácias: 24. Meio-termo

24. Meio-termo
Você declara que uma posição central entre duas extremas deve ser a verdadeira.

Em muitos casos, a verdade realmente se encontra entre dois pontos extremos, mas isso pode enviezar nosso pensamento: às vezes uma coisa simplesmente não é verdadeira, e um meio termo dela também não é verdadeiro. O meio do caminho entre uma verdade e uma mentira continua sendo uma mentira.

Exemplo: Mariana disse que a vacinação causou autismo em algumas crianças, mas o seu estudado amigo Calebe disse que essa afirmação já foi derrubada como falsa, com provas. Uma amiga em comum, a Alice, ofereceu um meio-termo: talvez as vacinas causem um pouco de autismo, mas não muito.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Foto do DIA

172418_Bob_Black by Thiago Bicalho
172418_Bob_Black, a photo by Thiago Bicalho on Flickr.

Sabia dessa? | A capa do Batman é letal… pra ele mesmo!

Action e Comics:
É complicado imaginar a bat-roupa do excelentíssimo sr. Bruce Wayne sem a sua capa, é verdade. A animação Os Incríveis, da Pixar, nos mostrou que capas são mais perigosas do que estilosas, sim; mas a do Batman – pelo menos nos três últimos filmes da franquia – tem uma função: endurecer com uma carga elétrica e fazê-lo flutuar mundo afora.

Aí entra a física da vida real, que determina que a capa do Cavaleiro das Trevas é, basicamente, um acessório de uso único. Não porque quebraria ou pararia de funcionar, mas porque o Batman provavelmente morreria ao usá-la. O_O
Liat Clark, da Wired, descreveu seus achados aqui (em inglês), que também foram publicados no Journal of Special Physics Topics da Universidade de Leicester.
Se você levar em conta as forças de resistência e sustentação que agem sobre o playboy de Gotham durante o vôo, pode-se calcular a trajetória mortal. A envergadura da “asa” do rapaz, que tem aproximadamente 4.70m, é quase que a metade de uma asa-delta normal. Então, se o morcegones pular de um arranha-céu com 150m de altura, e conseguir planar com sucesso (o que seria possível, até) por mais ou menos 350m, a velocidade do Batman atingiria o pico de 110km/h (!!!) antes de nivelar em mais ou menos 80km/h.

“Ah, legal! Mas e aí?” Bom… vocês já tentaram FREAR algo nessa velocidade, amigos? O cara tá caindo a OITENTA quilômetros por hora! Como proceder pra pousar sem virar mingau de morcego? Usando jatos ou coisas similares à solução que o digníssimo Homem de Ferro implantou em sua armadura, de acordo com o físico.
Vale constar que esse gráfico ao lado – que mostra o cruzado de capa “planando num ângulo constante respeitando a sua direção de viagem” – faz parte da pesquisa, o que nos leva a conclusão de que as pesquisas em Leicester são as mais legais de todo o universo. 
Se você gostou dessa análise física no universo dos super-heróis.. Poderá ouvir o podcast do MDM dessa última sexta, onde o tema foi esse.

Podcast MdM #177: a ciência maluca dos super-heróis!



24 falácias: 23. O atirador do Texas

23. O atirador do Texas
Você escolhe muito bem um padrão ou grupo específico de dados que sirva para provar o seu argumento sem ser representativo do todo.

Esta falácia de “falsa causa” ganha seu nome partindo do exemplo de um atirador disparando aleatoriamente contra a parede de um galpão, e, na sequência, pintando um alvo ao redor da área com o maior número de buracos, fazendo parecer que ele tem ótima pontaria.

Grupos específicos de dados como esse aparecem naturalmente, e de maneira imprevisível, mas não necessariamente indicam que há uma relação causal.

Exemplo: Os fabricantes do bebida gaseificada Cocaçúcar apontam pesquisas que mostram que, dos cinco países onde a Cocaçúcar é mais vendida, três estão na lista dos dez países mais saudáveis do mundo, logo, Cocaçúcar é saudável.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

domingo, 22 de julho de 2012

Raquel Rolnik: Pedágio metropolitano, quem vai pagar esta conta?

Blog da Raquel Rolnik, sugestão de Luana Tolentino
Até 2014, o Governo do Estado de São Paulo pretende instalar um sistema eletrônico de cobrança de pedágios nas rodovias privatizadas. De acordo com reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta segunda-feira, com o novo sistema de cobrança serão pedagiados trechos urbanos como os que ligam Campinas à Unicamp e a PUC-Campinas e também a vários bairros e empreendimentos da região, como três shoppings.
Serão pedagiados também trechos das rodovias que atravessam a Região Metropolitana de São Paulo, como por exemplo as ligações da capital paulista ao aeroporto de Guarulhos, a São Bernardo e Diadema e a Cotia. O Governo do Estado, no entanto, declarou que ainda estuda quais trechos urbanos deverão serão pedagiados.
Os pedágios das rodovias estaduais paulistas são os mais caros do país. Dependendo da região, o pedágio de uma viagem de 300 km, ida e volta, pode custar mais de R$ 100,00. É fato também que as estradas paulistas são as melhores do país, mas, por outro lado, a equação entre custos, benefícios públicos e lucros das concessionárias é muito pouco transparente.
Isso porque quase todas as concessionárias são constituídas pelas mesmas empreiteiras que constroem e reformam as rodovias. Ou seja, as rodovias privatizadas foram construídas com dinheiro público e depois passaram a ser exploradas pela iniciativa privada, que ganha duplamente: recebem os pedágios que os cidadãos pagam e com isso investem em obras, remunerando suas próprias atividades como empreiteiras.
Com a implantação do novo modelo proposto, mais motoristas terão que pagar pedágio, mas o Governo do Estado argumenta que o sistema será mais justo porque reduzirá o valor da tarifa de cada um. Atualmente, o sistema está em fase de teste na rodovia SP-75, no trecho que liga Campinas a Indaiatuba, com pórticos de cobrança a cada 8km. A cobrança eletrônica será feita através da instalação de chips nos veículos, medida que já será obrigatória a partir de 2013 por decisão do Conselho Nacional de Trânsito.
Além de afetar o bolso, o novo pedágio poderá impactar também a forma como as grandes cidades do Estado têm sido construídas. Nas últimas décadas, nas metrópoles, mas também em redes de cidades paulistas como as do Vale do Paraíba, o modelo de desenvolvimento e expansão urbana foi se estruturando, cada vez mais, no entorno das rodovias. São fragmentos de cidade que vão espalhando a urbanização por um vasto território, sem continuidade, através de ligações basicamente rodoviárias. São bairros, mas também shoppings, condomínios industriais e centros de logística, fechados e isolados, muitas vezes cercados por muros. É o que vários pesquisadores denominam de “modelo de urbanização dispersa”, no qual não existe mais claramente definida a fronteira entre o urbano e o rural, já que o “urbano”, como continuidade de um tecido que agrega várias funções, desaparece para reaparecer como uma soma de empreendimentos isolados.
Para quem vive em cidades construídas neste modelo, pedagiar a rodovia é a mesma coisa que pedagiar as vias internas da cidade, já que, na prática, são exatamente estas rodovias que constituem as únicas possibilidades de ligação entre estes fragmentos de cidade.
Ou seja: a cobrança eletrônica de pedágio nas rodovias estaduais vai obrigar quem mora ou apenas circula no interior de uma macro-metrópole a pagar para se deslocar dentro da cidade. A pergunta é: quem vai ganhar e quem vai pagar esta conta? Primeiro se construiu um modelo urbanístico carro-dependente e agora se transforma esse modelo num modelo caro e excludente que dificultará a circulação nestas cidades.
Raquel Rolnik é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada.
Leia também:

Uma Nota sobre a Análise de Indicadores de Produção de Segurança Pública

Carta Capital:
Por Daniel Cerqueira

No VI encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram travados inúmeros e frutíferos debates. Nas discussões sobre as análises de indicadores de segurança pública e de emprego da força e da letalidade policial, um argumento, em particular, me chamou a atenção, o que me motivou a escrever esta nota. Argumentou-se que a análise sobre o nível de letalidade perpetrada por policiais deveria ser relativizada, levando em conta o número de intervenções policiais, como abordagens, respostas de chamadas, prisões, etc.

Foto: Fábio Motta/AE
Ou seja, em ambientes complexos como grandes centros urbanos e onde há uma alta prevalência de violência, uma elevada taxa de letalidade policial seria aceitável, da mesma forma em que no processo produtivo de uma empresa industrial alguns produtos poderiam ter “não conformidade”, desde que dentro de certos parâmetros do controle de qualidade.
Para tornar mais palpável o argumento, vamos imaginar um exemplo hipotético.
Suponha que:
1) uma força policial de uma determinada cidade tivesse um nível intenso de atividade que se daria em cinco tipos de intervenções (ou interações sociais) diferentes;
2) o número de “operações” realizadas no ano para cada uma dessas atividades equivalesse a 20% do número de habitantes dessa cidade;
3) o número de mortes perpetradas por policiais equivalesse a 0,1% da população. Pelo argumento da “não conformidade”, do total de intervenções policiais, haveria apenas 0,1% de “não conformidade”, ou um controle de qualidade acima de 2 desvios padrões, aceitável para a maioria dos processos produtivos.
Para a análise da produção de segurança pública, o argumento obviamente é equivocado. Se 0,1% da população tivesse sido morta pela polícia, a taxa de letalidade por cem mil habitantes seria de 1.000, ou cerca de 8.300 vezes maior do que a taxa de letalidade policial nos EUA; e cerca de 145 vezes maior do que a taxa verificada no Rio de Janeiro, onde reconhecidamente o emprego da força letal pela polícia é absolutamente discrepante em relação às nações democráticas.
Para entender onde está o erro do raciocínio, é importante discernirmos o que os economistas chamam de inputs e outputs, para um determinado processo produtivo e, em particular, para a produção de segurança pública.
Os outputs se referem à quantidade de bens ou serviços que são produzidos, ao passo que os inputs se referem aos recursos utilizados para produzir tais bens e serviços.
Assim a produção de segurança pública poderia ser medida pelo inverso do número de crimes; pela percepção de segurança pela população; ou pelo inverso do número de incidentes letais ocasionados pela ação da polícia, por exemplo. Já os inputs poderiam ser mensurados pelo efetivo policial, número de viaturas, ou ainda pelo número de intervenções feitas pela polícia.
Num mundo ideal, não haveria crimes e não haveria polícia, sendo que os recursos que seriam utilizados pela força policial, nessa situação, estariam sendo empregados em outras atividades econômicas que fariam aumentar o nível de satisfação dos indivíduos e o bem-estar da sociedade.
Contudo, no mundo real, sempre haverá crimes e, por conseguinte, sempre haverá polícia. Portanto, o foco das análises se desloca para dois atributos importantes para a análise da política pública: eficácia e eficiência. A eficácia se refere à efetividade para produzir um determinado nível de segurança pública, ou, dito de outro modo, para mitigar o problema do crime e da violência na sociedade, mantendo-o dentro de determinados padrões.
Por exemplo, atingir uma taxa de homicídios abaixo de 10 por cem mil habitantes. Eficiência se refere à intensidade do uso de recursos para atingir determinada produção de segurança pública. Mais eficiente (e racional) será o processo, quanto menos recursos se utilizar para atingir um determinado nível de produção de segurança pública.
Ter claros esses conceitos e, sobretudo, a distinção de inputs e outputs é importante para não se fazer análises que podem direcionar a política pública para caminhos equivocados. Por exemplo, muitas vezes os gestores da polícia tomam como medida de produtividade policial o número de prisões efetuadas. Deste modo, quando o número de prisões diminui, a inferência que se faz é que a produtividade policial diminuiu.
Obviamente é um erro colossal. O número de prisões é um input e não output e, portanto não pode ser critério de produtividade. Por exemplo, imagine numa cidade em que o número de intervenções policiais tivesse sido altamente efetivo por anos.
Ao longo do tempo a tendência é que o número de crimes e de prisões venha a diminuir a partir do efeito dissuasão de potenciais entrantes no mercado de crime e de incapacitação pelo aprisionamento dos criminosos já estabelecidos no mercado. Nesse caso o número decrescente de prisões não diz nada depreciativo acerca da efetividade do trabalho policial.
Outro erro é balizar a análise do grau de letalidade policial tomando como referência o número de interações policiais (ou de inputs), para inferir uma baixa taxa de letalidade policial relativa. Primeiro porque a discussão relevante quanto a esse tema não se refere à eficiência, mas a eficácia. Ou seja, quanto a esse quesito existe um limite de produção de segurança pública minimamente aceitável, ou dito de outro modo, uma taxa de letalidade policial máxima aceitável (em relação à população, obviamente) para uma nação democrática. Em segundo lugar, ainda que se quisesse medir a produtividade da segurança pública levando em consideração o total de abordagens, esse indicador de produtividade seria tanto pior quanto maior fosse o total de abordagens, exatamente ao contrário do que se gostaria de apregoar com esse tipo de análise. Isso ocorreria porque produtividade é sempre o resultado da divisão do output sobre o input.
No caso, o denominador aumentaria com o total de intervenções, fazendo diminuir a produtividade.
Numa linguagem de engenharia, o importante seria a quantidade de serviço produzido e não a energia utilizada para produzi-lo. Mas se se quisesse avaliar a eficiência do mecanismo empregado, para um dado volume de serviço produzido, um maior gasto energético empregado revelaria apenas a ineficiência do mecanismo, possivelmente porque boa parte da energia tenha gerado muito calor, mas poucos resultados efetivos.

Crise no Incra expõe a precariedade da reforma agrária

Carta Capital:
Criado em 1970, durante a ditadura, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária surgiu para realizar, de forma organizada, a reforma agrária brasileira. Ironicamente, neste mesmo período, começava a ocupação da Amazônia sob o lema,  cunhado pela ditadura, ‘Integrar para não Entregar’.
Os problemas agrários brasileiros que já não eram poucos aumentaram à medida que os colonizadores se instalavam floresta adentro. Na esteira desse movimento, muitos trabalhadores rurais sem terras migraram de diversas regiões do País para a Amazônia, principalmente para o estado do Pará. Lá, recebiam lotes de terras e obtinham acesso ao crédito, caso desmatassem suas propriedades para dar lugar à agropecuária. Assim, o desmatamento na Amazônia ganhou corpo e o estado do Pará começou a fermentar os problemas agrários e ambientais que possui hoje.

O Pará está entre os estados brasileiros que mais possuem trabalho escravo
Como resultado desse processo, em 2011 o Pará registrou 125 conflitos por terras, segundo a Comissão Pastoral da Terra – só perde para o Maranhão, com 225 conflitos. Na lista de problemas que atacam o estado consta índices alarmantes de trabalho escravo e a luta para conter avanço do agronegócio e das madeireiras por meio das reservas ambientais da Amazônia, espalhadas por todo o estado.
No meio dessa problemática socioambiental, o Incra, que hoje senta sobre um orçamento de cerca de 2 bilhões de reais anuais, acumulou uma série de críticas e suspeitas sobre sua capacidade de organizar a reforma agrária no País sem provocar estragos. Nas últimas semanas, uma enxurrada de denúncias resultou na mais recente crise no governo federal – e culminou com a demissão de seu presidente, Celso Lacerda. O anúncio foi feito na noite da quinta-feira 19.
A situação se mostrava insustentável desde que o Ministério Público Federal (MPF) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foam a público acusar a autarquia de colaborar para o aumento do desmatamento e beneficiar os interesses dos madeireiras na região. Em um nota publicada em seu site, o MPF afirma que “a falta de estrutura do Incra se traduz em altas taxas de desmatamento, ausência de licenças ambientais, desvio de verbas públicas, venda de lotes e reconcentração fundiária”. Soma-se a isso a investigação que sofrerem quatro servidores do órgão por terem desviado 13,6 milhões de reais.

Celso Lacerda rebate as críticas contra o órgão que já assentou mais de 1 milhão de famílias. Foto: ValterCampanato/ABr
Em entrevista a CartaCapital pouco antes de deixar a presidência do órgão, Celso Lacerda afirmou que as denúncias do MPF eram infladas por informações equivocadas. “Os assentamentos têm certa participação no desmatamento, sim, mas isso deve ser analisado dentro de uma conjuntura histórica de ocupação da Amazônia”, pondera.
Segundo ele, os dados do MPF levaram em conta áreas que não estão mais sob administração do Incra e utilizaram os dados da ONG para o desenvolvimento sustentável na Amazônia, Imazon. “O MPF contabilizou projetos de colonização da década de 70, ou seja, de um período em que o governo incentivava a ocupação e o desmatamento da Amazônia. Essas áreas não pertencem mais ao Incra”, explica.
“Além disso, o Incra trabalha com dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Essa é a base oficial de dados do governo federal. Enquanto o MPF se baseou em dados da Imazon”, conta Lacerda.
Em uma nota oficial o Incra diz que o desmatamento nos assentamentos da Amazônia teve uma redução de 66% em área, de 2005 a 2011, e que o desmatamento nos assentamentos representou 18% do total desmatado no ano passado. Contudo, o MPF reafirmou que “com base em informações oficiais do Inpe, que o Instituto é sim responsável atualmente por um terço do desmatamento na região amazônica: desde 2010, as taxas dos assentamentos flutuam entre 26% e 31% das derrubadas”. Para o procurador da República, Daniel Avelino, “o MPF continua esperando que a autarquia, em vez de negar o problema e apresentar a já desgastada saída da perseguição política, apresente soluções concretas e eficazes para os elevados números apresentados”, afirmou por meio de nota.
Assentamentos diferenciados
Também por meio de nota, o MST declarou que os projetos de colonização do Incra para a região beneficiam os interesses dos madeireiros, uma vez que regularizam áreas em conflito e tem a política de assentar famílias em áreas públicas florestadas.
“O Incra realmente atua em áreas de conflito agrário, é uma de nossas funções”, rebate o presidente da autarquia, “mas isso não nos faz beneficiar madeireiros”. Segundo ele, o Incra não cria mais nenhum projeto  de assentamento convencional na Amazônia. “Todos os projetos de assentamento na Amazônia, hoje, são diferenciados do ponto de vista ambiental. Temos projetos agroextrativistas (PAEs), de assentamento florestal (PAF) e de Desenvolvimento Sustentável (PDS), no intuito de buscar atividades com baixo impacto ambiental para a área”, exemplifica.
“O combate ao desmatamento não pode ser feito apenas com ações de repressão, às vezes a floresta é a única base de sustento da comunidade, por isso é preciso assentar de maneira responsável”, argumenta Lacerda.
Corrupção e abandono

Além de ser visto pelo MPF como o maior desmatador da Amazônia, o Incra, que recebeu 2, 718 bilhões de reais dos cofres públicos,  em 2011, também teve de lidar com a investigação de quatro funcionários das superintendências do Pará, suspeitos de desviar 13,6 milhões de reais.

Segundo o presidente do Incra, apenas em 2011, mais de 70 milhões de reais foram investidos para melhorar a estrutura dos assentamentos. Foto: Elza Fiuza/ABr
O dinheiro desviado seria destinado para compra de material, construção e reforma de moradias e assentamentos, que segundo o Ministério Público estão em “situação de abandono”.
Em entrevista à CartaCapital, o presidente do Incra, Celso Lacerda, nega o abandono. “Apenas em 2011, mais de 70 milhões de reais foram investidos em obras de infraestrutura nos assentamentos, em parceria com os governos municipais e estaduais, no Pará”, argumentou.
Ele também culpa as carências estruturais da economia paraense pelo ritmo de melhoria dos assentamentos. “Abrimos editais para assistência técnica e nenhuma empresa se inscreveu, simplesmente porque não existem empresas no estado para o tipo de serviço que procurávamos”, disse.
Em relação às denúncias de corrupção, Lacerda lembrou que elas partiram da auditoria do próprio Incra. “Nós que verificamos a irregularidade. Não existe corrupção disseminada no Incra. Pode existir alguns casos aqui e ali, mas investimos na modernização da gestão e na integração dos sistemas para dificultar estas ações.”
Na ação, o Ministério Público Federal requisitou à Justiça a proibição da criação de novos assentamentos sem licença ambiental. O que, segundo Lacerda, não acontece desde 2006 devido a proibição emitida na resolução Conama 387. Problemas, portanto, que não se encerram com a substituição de Lacerda pelo economista Carlos Guedes de Guedes.

24 falácias: 22. Anedótica

22. Anedótica
Você usa uma experiência pessoal ou um exemplo isolado em vez de um argumento sólido ou prova convincente.

Geralmente é bem mais fácil para as pessoas simplesmente acreditarem no testemunho de alguém do que entender dados complexos e variações dentro de um continuum.

Medidas quantitativas científicas são quase sempre mais precisas do que percepções e experiências pessoais, mas a nossa inclinação é acreditar naquilo que nos é tangível, e/ou na palavra de alguém em quem confiamos, em vez de em uma realidade estatística mais “abstrata”.

Exemplo: José disse que o seu avô fumava, tipo, 30 cigarros por dia e viveu até os 97 anos — então não acredite nessas meta análises que você lê sobre estudos metodicamente corretos provando relações causais entre cigarros e expectativa de vida.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

Foto do DIA

dinosaur_ by Thiago Bicalho
dinosaur_, a photo by Thiago Bicalho on Flickr.

Jogo tomando todo o meu tempo

sábado, 21 de julho de 2012

Foto do DIA

12 pessoas são mortas e mais 50 feridas em premiére de Batman nos EUA

Cinema com rapadura.:

Durante a sessão de meia-noite de “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” em um cinema em Aurora, uma cidade localizada no estado americano do Colorado, EUA, aconteceu um massacre. De acordo com a CNN, um homem armado abriu fogo e matou 12 pessoas (inicialmente, foi divulgado que tinham sido 14). Mais de 50 foram feridas.
O atirador usava uma máscara de gás (similar a usada pelo vilão Bane do filme) e abriu fogo dentro de um cinema em shopping no subúrbio de Aurora, durante a sessão da meia-noite. Em seguida, ele teria detonado uma bomba que produziu gás lacrimogêneo ou fumaça.
Segundo a AFP, um suspeito foi detido. Ele carregava um rifle, uma pistola e pelo menos mais uma arma. Seu nome é James Holmes, de 24 anos, morador da própria cidade. Citando o FBI (polícia federal dos EUA), a CNN local afirmou que Holmes não tinha vínculos com células terroristas.
A Sky News entrevistou uma testemunha que disse que o suspeito usava uma jaqueta preta, uma armadura corporal e começou a espalhar bombas de gás lacrimogêneo antes de começar a atirar para o público, que incluiu crianças. Outra testemunha disse que o público no Teatro Century Aurorapensou que os tiros eram parte do filme“.
Algumas pessoas disseram aos repórteres locais que o atirador foi para frente da tela e começou a atirar. A CNN citou uma testemunha dizendo que havia visto um “homem subindo vagarosamente as escadas e atirando, escolhendo pessoas aleatórias“.
O hospital da Universidade do Colorado recebeu 50 pessoas com ferimentos leves, informou o porta-voz do hospital Jackie Montgomery à CNN. O número de feridos ainda não é definitivo e pode aumentar. É possível que entre as vítimas haja crianças.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que está chocado e triste com o massacre:

 ”Como fazemos quando confrontados por momentos de escuridão e desafio, devemos permanecer juntos como uma família americana. Minha administração fará o que for necessário para dar apoio à população de Aurora neste momento extraordinariamente difícil. Reafirmo o compromisso de “levar os responsáveis perante a justiça, dar segurança aos cidadãos e cuidar dos feridos”.

Aurora é um subúrbio de Denver perto do local do tiroteio de 1999 na escola de Columbine, onde 13 pessoas foram mortas a tiros e outras 24 ficaram feridas.
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Veja um vídeo feito por uma pessoa que estava na sala:

24 falácias: 21. Apelo à natureza

21. Apelo à natureza
Você argumenta que só porque algo é “natural”, aquilo é válido, justificado, inevitável ou ideal.

Só porque algo é natural, não significa que é bom. Assassinato, por exemplo, é bem natural, e mesmo assim a maioria de nós concorda que não é lá uma coisa muito legal de você sair fazendo por aí. A sua “naturalidade” não constitui nenhum tipo de justificativa.

Exemplo: O curandeiro chegou ao vilarejo com a sua carroça cheia de remédios completamente naturais, incluindo garrafas de água pura muito especial. Ele disse que é natural as pessoas terem cuidado e desconfiarem de remédios “artificiais”, como antibióticos.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Foto do DIA

172841_Anne_Cornered by Thiago Bicalho
172841_Anne_Cornered, a photo by Thiago Bicalho on Flickr.

24 falácias: 20. Tornando a questão supostamente óbvia

20. Tornando a questão supostamente óbvia
Você apresenta um argumento circular no qual a conclusão foi incluída na premissa.

Este argumento logicamente incoerente geralmente surge em situações onde as pessoas têm crenças bastante enraizadas, e por isso consideradas verdades absolutas em suas mentes. Racionalizações circulares são ruins principalmente porque não são muito boas.

Exemplo: A Palavra do Grande Zorbo é perfeita e infalível. Nós sabemos disso porque diz aqui no Grande e Infalível Livro das Melhores e Mais Infalíveis Coisas do Zorbo Que São Definitivamente Verdadeiras e Não Devem Nunca Serem Questionadas.

Exemplo 2: O plano estratégico de marketing é o melhor possível, foi assinado pelo Diretor Bam-bam-bam.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

10 Anos Sem o Agente G

Melhores do mundo

Em 18 de julho de 2002 morria Gerson de Abreu, figura marcante da infância e adolescência de muita gente.
[Mais:]

Gerson era um ator, humorista, apresentador, repórter, cantor e escritor que ficou muito conhecido por seu trabalho com o público infanto-juvenil nos anos 90. Começou sua carreira na TV Cultura de São Paulo em programas como É Proibido Colar, Tempo de Verão, Bambalalão, Caleidoscópio, Sábado Vivo, Som Pop.
Entre 1992 e 1994 chegou ao estrelato com o programa infantil X-Tudo, o qual apresentava ao lado do boneco X. A atração dava continuidade a um formato considerado inovador da emissora na programação infantil brasileira pois mesclava educação e cultura com diversão e entretenimento. Ou seja, era inteligente sem ser chato.

Em 1995 Gerson foi pra Rede Record e atingiu o auge de sua carreira com o personagem título de um programa tão simples quanto genial, O Agente G. Utilizando um dos maiores talentos de Gerson, a sua capacidade impressionante de contracenar com bonecos como se fossem atores reais, O Agente G contava as aventuras dos agentes da G.E.L.O. (Grupo Especial pela Lei e a Ordem) contra os agentes da C.O.I.S.A. (Central Odiosa de Inimigos Safados e Abomináveis).
A maioria dos colegas do Agente G, exceto a Bárbara e o inesquecível Mestre Iodo, eram alimentos do seu apartamento que ganhavam vida através de bonecos, comoLeite, Refri, Repolho, Salsinha, Gela Tina, Coco. Chefe que dava as ordens ficava no congelador. No lado do mal ficavam Gina, Brígida (irmã gêmea de Bárbara), os capangas Nefasto, Sinistro e Soturno, além do histriônico Corvo Edgar Alan Poe. O programa também contava com uma parte educativa e cultural (herança do trabalho do mesmo pessoal que tinha vindo da TV Cultura) como experiências científicas e indicações de livros, além de atrações como O Mundo de Beakman, a série do Zorro da Disney (redublada e colorizada), Os Três Patetas,Gato FélixFaísca e Fumaça e o hilário desenho animado do Beetlejuice.
Ladeado por uma equipe muito talentosa de atores, manipuladores de bonecos e dubladores Gerson conseguiu tirar audiência até da Globo quando o programa estreou no horário nobre em rede nacional. Tinha o carinho das crianças e a admiração dos adultos com um humor que de início fazia rir todas as idades. Nunca vou esquecer do dia em que eles leram uma cartinha de uma criança dizendo:
"Graças a você minha mãe parou de ver aquela novela chata."
Um tempo depois a Record passou o Agente G pro horário da tarde, onde ele também reinava absoluto, ganhando o prêmio de Melhor Programa Infantil de Associação Paulista dos Críticos de Arte em 1997. Aliás, até hoje tento achar o video do dia em que o Gerson participou do programa do Beakman. Infelizmente, nesse mesmo ano a atração passou a ser exibida de manhã e completamente descaracterizada. Só tinha experiências, sem as aventuras inocentes e o humor do começo e acabou chegando ao fim.

Em 1998 Gerson participou de outro programa infantil na Record, Vila Esperança, que não emplacou. Mas ele continuou bastante ativo como ator no teatro e na televisão. Dizem que estava tentando emagrecer para interpretar o papel do cantorWaldick Soriano quando sofreu um infarto e morreu aos 37 anos. Alguns o consideram o maior apresentador infantil da história da Televisão Brasileira. Fica a homenagem ao Gordo, o Obeso Amigo do Mestre Iodo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Foto do DIA

Para terminar bem um dia.

24 falácias: 19. Preto-ou-branco

19. Preto-ou-branco
Você apresenta dois estados alternativos como sendo as únicas possibilidades, quando de fato existem outras.

Também conhecida como falso dilema, esta tática aparenta estar formando um argumento lógico, mas sob análise mais cuidadosa fica evidente que há mais possibilidades além das duas apresentadas.

O pensamento binário da falácia preto-ou-branco não leva em conta as múltiplas variáveis, condições e contextos em que existiriam mais do que as duas possibilidades apresentadas. Ele molda o argumento de forma enganosa e obscurece o debate racional e honesto.

Exemplo: Ao discursar sobre o seu plano para fundamentalmente prejudicar os direitos do cidadão, o Líder Supremo falou ao povo que ou eles estão do lado dos direitos do cidadão ou contra os direitos.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Anatel suspenderá a venda de novos planos pela Claro, Oi e TIM

Anatel suspenderá a venda de novos planos pela Claro, Oi e TIM:
O descaso das operadoras nacionais com a má qualidade dos serviços prestados parece estar com os dias contados. Não é de hoje que Claro, Oi, TIM e Vivo apresentam desempenho aquém do esperado, mas até então, mesmo com todas as reclamações no Procon e processos movidos contra elas, pouco havia sido feito. Agora a Anatel resolveu agir. E agir pra valer.Hoje a Anatel fará uma coletiva de imprensa sobre o assunto, mas há é certo: haverá suspensão na venda de novos planos de três das grandes operadoras nacionais: Claro, Oi e TIM. Juntas, elas respondem por ~70% do mercado de telefonia móvel do Brasil e, agora, terão que agregar qualidade à popularidade que têm se quiserem voltar a vender novos planos.
A interrupção varia de operadora para operadora. A TIM será impedida em 15 estados, a Oi em 6 e a Claro, em 3. Para voltar a vender novas linhas de telefonia e Internet móvel, elas terão que apresentar um plano de investimentos à Anatel para os dois próximos anos, exigência que também se estenderá à Vivo, não afetada por ora pelas determinações de interrupção. As suspensões serão efetivadas através de medidas cautelares, que serão pedidas em cada estado e de forma individual, por operadora.

Por que demorou tanto?

Há críticas fortes à falta de intervenção da Anatel dado o estado precário dos serviços oferecidos pelas operadoras. Afinal, como agência do setor, é dever fiscalizar e cobrar melhorias.
Segundo a Folha, a Anatel chegou a essa decisão inesperada após seis meses de avaliação de dados e desempenho das operadoras. Nesse período vários problemas foram constatados, sendo um dos mais graves as quedas nas ligações após alguns minutos. Com muitos planos pré-pago, os mais populares, cobrados por ligação, não por tempo, não é de se estranhar que as ligações “caiam” depois de algum tempo.
O plano exigido pela Anatel para restabelecer a venda de novos serviços alcança as seguintes áreas: melhora na infraestrutura; no atendimento ao consumidor; completamento de chamada.

Sofrimento de longa data

A princípio, a intenção da Anatel era aplicar a sanação apenas à TIM, operadora cujo histórico não é dos melhores. Problemas com vendas e qualidade dos serviços vêm de longa data e, nesse tempo todo, ela já foi impedida de vender novas linhas em Florianópolis, Ceará e Pará. Semana passada, o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo deu um ultimato à operadora.
A Anatel resolveu esperar para aprofundar os estudos que vinha realizando acerca das operadoras. Nisso, em vez de apenas TIM, Claro e Oi também sofrerão as sanções. É uma atitude extrema, mas condizente com a situação — afinal, pagamos caro e estamos insatisfeitos com os serviços prestados. Resta saber se agora, mexendo no bolso, as melhorias sejam visíveis. Citando a TIM novamente, a defesa da operadora é de que investimentos constantes são feitos, com cifras bilionárias. Pelo visto, nada que tenha resultado em melhorias práticas até o momento.
A coletiva da Anatel será às 17h30 e este post será atualizado com informações de lá. [Folha]


Foto do DIA

202025_Hagrid_Grunge by Thiago Bicalho
202025_Hagrid_Grunge, a photo by Thiago Bicalho on Flickr.
Tirando CNH (novamente)

Brasil tenta se livrar de doenças ‘esquecidas’ pela indústria farmacêutica

Carta Capital:

Instituições públicas brasileiras lideram pesquisas para combater as doenças negligenciadas, como a malária. Foto: Flickr/US Army
Enfermidades como a malária, esquistossomose e doença de chagas são conhecidas das populações em áreas pobres do mundo, como América Latina, África e a porção tropical da Ásia. No entanto, essas moléstias apelidadas de “doenças negligenciadas” ainda são responsáveis pela morte de mais de 1 milhão de pessoas por ano.
Este grupo de doenças negligenciadas – composto pela esquistossomose, leishmaniose, malária e doença de chagas e do sono – ganhou o apelido por ser ignorado pelos laboratórios farmacêuticos. Comuns em áreas pobres do mundo, as populações atingidas por essas doenças não possuem recursos para pagar por um tratamento que exigiria anos de pesquisa e um alto investimento dos laboratórios. Por essa razão, entre 1975 e 2004 apenas 1,3% dos medicamentos disponibilizados no mundo eram para as doenças negligenciadas, apesar delas representarem 12% das doenças.
No entanto, o esforço de instituições filantrópicas e de instituições públicas, principalmente do Brasil, está mudando esse cenário. Em junho, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou a produção de uma vacina contra a esquistossomose, doença que atinge 200 milhões de pessoas no Brasil, África e na América Central. A vacina estará disponível em até cinco anos e é fruto da liderança brasileira no combate a este um grupo de doenças. “O Brasil entendeu que se não investisse no tratamento de doenças que atingem essa população negligenciada, o País não teria como se desenvolver com sustentabilidade”, afirma Gustavo Romero, pesquisador da Fiocruz e professor da Universidade de Brasília (UnB).
A liderança brasileira é necessária devido à incidência das doenças negligenciadas no País. Mais de 20% dos casos de doenças de chagas de todo o mundo e cerca de 90% dos casos de leishmanioses da América Latina ocorrem em território brasileiro. Isso explica porque, segundo o professor Gustavo Romero, em dez anos o País se tornou líder em pesquisas sobre doenças negligenciadas.
Atualmente, o investimento brasileiro gira em torno de 75 milhões de reais ao ano, a maior parte proveniente do Ministério da Saúde e do Ministério de Ciência e Tecnologia, através das agências de fomento à pesquisa CNPq e Finep.
Para 2012, 20 milhões de reais já estão reservados para os editais de pesquisa. “O Brasil já é líder em pesquisas nesta área, mas ainda é preciso um volume maior de investimentos para tirar o rótulo de doenças negligenciadas”, diz o professor Romero, que também coordena a Rede Brasileira de Aleternativas Terapêuticas para as Leishmanioses, doença que mata 300 pessoas por ano no País.
Apesar dos investimentos públicos e do anúncio da vacina contra a esquistossomose, as expectativas de cura para as doenças negligenciadas, em geral, são de longo prazo. “Trabalhamos com a expectativa de termos algo concreto em 20 anos. É um período longo, mas pelo menos temos essa expectativa hoje”, diz. “Há 15 anos, ninguém cogitava um controle da doença”, completa Romero.

Atualmente, as instituições brasileiras trabalham em cooperação científica com a Índia e outros países africanos, asiáticos e da América Latina para obter avanços nos tratamentos dessas doenças. “Temos que trocar informações sobre pesquisas e testes de medicamentos para avançar mais rápido neste tema. O setor público colocou essas doenças na pauta, agora, temos que trabalhar para mantê-las em discussão e aumentar os investimentos na área”, conclui Romero.

Menos de 30% dos brasileiros são plenamente alfabetizados, diz pesquisa

Por Amanda Cieglinski*
Em meio ao crescimento de investimentos internacionais no mercado editorial do País, Liga Brasileira de Editoras pede controle do capital estrangeiro no setor. Foto:wilson Dias/ABr
Brasília – Apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas no Brasil e 38% da população com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. É o que apontam os resultados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa.
A pesquisa avalia, de forma amostral, por meio de entrevistas e um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio da leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.
Os resultados da última edição do Inaf mostram que apenas 26% da população pode ser considerada plenamente alfabetizada – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.
“Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje imprescindíveis para a inserção plena na sociedade letrada”, aponta o relatório.
O estudo também indica que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados. Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização.
De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população. “O esforço despendido pelos governos e população de se manter por mais tempo na escola básica e buscar o ensino superior não resulta nos ganhos de aprendizagem esperados. Novos estratos sociais chegam às etapas educacionais mais elevadas, mas provavelmente não gozam de condições adequadas para alcançarem os níveis mais altos de alfabetismo, que eram garantidos quando esse nível de ensino era mais elitizado. A busca de uma nova qualidade para a educação escolar em especial nos sistemas públicos de ensino deve ser concomitante ao esforço de ampliação de escala no atendimento para que a escola garanta efetivamente o direito à aprendizagem ”, resume o relatório.
A pesquisa envolveu 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do país.
Os quatro níveis de alfabetização identificados pelo Inaf 2011-2012 são: analfabetos (não conseguem realizar tarefas simples que envolvem leitura ainda que uma parcela consiga ler números familiares), alfabetizados em nível rudimentar (localizam uma informação explícita em textos curtos, leem e escrevem números usuais e realizam operações simples, como manusear dinheiro). Há também os alfabetizados em nível básico, que leem e compreendem textos de média extensão, localizam informações mesmo com pequenas inferências, leem números na casa dos milhões e resolvem problemas envolvendo uma sequência simples de operações. Por fim, os alfabetizados em nível pleno, que leem textos longos, analisam e relacionam suas partes, comparam e avaliam informações, distinguem fato de opinião, realizam inferências e sínteses. Resolvem problemas que exigem maior planejamento e controle, envolvendo percentuais, proporções e cálculo de área, além de interpretar tabelas, mapas e gráficos.
*Publicado originalmente em Agência Brasil.

24 falácias: 18. Genética

18. Genética
Você julga algo como bom ou ruim tendo por base a sua origem.

Esta falácia evita o argumento ao levar o foco às origens de algo ou alguém. É similar à falácia ad hominem no sentido de que ela usa percepções negativas já existentes para fazer com que o argumento de alguém pareça ruim, sem de fato dissecar a falta de mérito do argumento em si.

Exemplo: Acusado no Jornal Nacional de corrupção e aceitação de propina, o senador disse que devemos ter muito cuidado com o que ouvimos na mídia, já que todos sabemos como ela pode não ser confiável.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

terça-feira, 17 de julho de 2012

24 falácias: 17. Nenhum escocês de verdade…

17. Nenhum escocês de verdade…
Você faz o que pode ser chamado de apelo à pureza como forma de rejeitar críticas relevantes ou falhas no seu argumento.

Nesta forma de argumentação falha, a crença de alguém é tornada infalsificável porque, independente de quão convincente seja a evidência apresentada, a pessoa simplesmente move a situação de modo que a evidência supostamente não se aplique a um suposto “verdadeiro” exemplo. Esse tipo de pós-racionalização é um modo de evitar críticas válidas ao argumento de alguém.

Exemplo: Angus declara que escoceses não colocam açúcar no mingau, ao que Lachlan aponta que ele é um escocês e põe açúcar no mingau. Furioso, como um “escocês de verdade”, Angus berra que nenhum escocês de verdade põe açúcar no seu mingau.

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Tradução das 24 falácias por: Fabio Bracht

Foto do DIA

Segurança no setor publico. Extintores vencidos a mais de 1 ano.

Antonio Mello: Paulistas adoram ser pedagiados

do Blog do Antonio Mello

O apetite dos tucanos paulistas por pedágio vai avançar ainda mais no bolso dos paulistanos, que agora terão de pagar para circular até nos entornos das cidades. São os novos “trechos pedagiados” (expressão que só deve existir em São Paulo), que li na Folha:
A cobrança eletrônica de pedágio, que o governo de SP vai implantar nas rodovias privatizadas, levará milhões de motoristas a pagar para circular até nos entornos das cidades, onde as estradas são usadas como vias urbanas.
Entre os trechos de tráfego urbano que serão pedagiados estão, por exemplo, aqueles que ligam a capital paulista ao aeroporto de Cumbica (rodovia Ayrton Senna), a São Bernardo (Anchieta) e a Cotia (Raposo Tavares).
Hoje, eles não têm praças de pedágio, mas o deslocamento gratuito vai acabar por conta da instalação dos pórticos ao longo da via, que vão ler chips nos carros para fazer a cobrança.
No teste que está sendo feito na SP-75, entre Indaiatuba e Campinas, há um pórtico a cada 8 km. Com esse intervalo, as vias serão praticamente 100% pedagiadas.
A implantação da cobrança, planejada para 2013 ou 2014, vai depender de um cálculo político difícil para o governador Geraldo Alckmin (PSDB): se, por um lado, o sistema é mais justo e permite reduzir a tarifa, por outro, vai cobrar de muito mais gente.
Nem a Artesp (agência de transportes do Estado) nem as concessionárias sabem quantos usam as rodovias sem pagar. O único estudo feito -e sempre citado como parâmetro- na Dutra, uma via federal, apontou que só 9% dos carros pagam pedágio.
Se o percentual for parecido nas vias estaduais, com o chip, deve multiplicar por dez o número de carros tarifados -foram 790 milhões em 2011.
“O ponto crítico, não tenho dúvida, é quem não paga e passará a pagar”, afirma Karla Bertocco Trindade, diretora-geral da Artesp. Para ela, porém, o Estado não pode dizer “você paga e você não”. “A questão é: usou, pagou.”
Na matéria há até gente defendendo a cobrança do pedágio (se a Folha não fosse tucaníssima…), o que mostra que os pedagiados paulistas gostam de ser pedagiados, elegendo e reelegendo tucanos pedagiadores para administrarem  a pauliceia pedagiada.

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O real problema é pagar altos preços por rodovias precárias e sem a devida manutenção.

O paradoxo do Grand Hotel de Hilbert


Um hotel de luxo com um número infinito de quartos e um número infinito de hóspedes nestes quartos. Essa era a ideia do matemático alemão David Hilbert, amigo de Albert Einstein e inimigos de camareiras.
Para desafiar as nossas ideias sobre o infinito, ele perguntou o que aconteceria se um novo hóspede chegasse procurando um quarto. A resposta de Hilbert é fazer com que cada hóspede se mude para o próximo quarto. O hóspede no quarto 1 se muda para o quarto 2, e assim por diante, de modo que o novo hóspede possa ficar no quarto 1. (E o livro de visitas teria um número infinito de reclamações.)
Mas o que aconteceria se chegasse uma caravana contendo um número infinito de novos hóspedes? Com certeza ele não conseguiria acomodar todos eles!
Mas Hilbert consegue liberar um número infinito de quartos pedindo para que os hóspedes se mudem para o quarto cujo número é o dobro do número do quarto onde estão agora, deixando livres os infinitos quartos de números ímpares.
Fácil para o hóspede no quarto 1 (que vai para o 2), mas não tanto para o homem no quarto número 8.600.597.
O paradoxo de hilbert fascinou matemáticos, físicos e filósofos. Até mesmo teólogos. E todos concordam que, num hotel assim, deve-se chegar bem cedo para o café da manhã.

Eu Não Gosto de Ninguém


Eu Não Gosto de Ninguém
Matanza

Não me faça nenhum favor
Não espere nada de mim
Não me fale seja o que for
Sinto muito que seja assim

Como se fizesse diferença
O que você acha ruim
Como se eu tivesse prometido
Alguma coisa pra você
Eu nunca disse que faria o que é direito
Não se conserta o que já nasce com defeito
Não tem jeito
Não há nada a se fazer

Mesmo que eu pudesse controlar a minha raiva
Mesmo que eu quisesse conviver com a minha dor
Nada sairia do lugar que já estava
Não seria nada diferente do que sou

Não quero que me veja
Não quero que me chame
Não quero que me diga
Não quero que reclame
Eu espero que você entenda bem
Eu não gosto de ninguém

Brasil de Fato: Ex-chefe da Rota incita violência no Facebook e seus seguidores ameaçam jornalista

Viomundo:
 
Coronel Adriano Lopes Lucinda Telhada, candidato a vereador pelo PSDB em São Paulo, usa a rede social para fazer apologia à violência policial nas periferias da capital
Em campanha, o ex-comandante da Rota e candidato a vereador pelo PSDB em São Paulo, Adriano Lopes Lucinda Telhada, vem usando sua página no Facebook para fazer apologia à violência policial nas periferias da capital. Como resultado, seus seguidores têm deixado comentários do tipo: “bandido tem que ir pra cova” ou então “vamos arrancar o pescoço desses vagabundos”. Uma das “pérolas” de Telhada diz sem rodeios: “que chore a mãe do bandido, porque hoje o bote é certo”.
No dia 22 de junho, o ex-comandante publicou inclusive uma foto de dois jovens negros – post que já conta com 985 compartilhamentos – dizendo que se tratavam de “suspeitos” que teriam atacado uma base da polícia militar na Zona Leste da capital. “Eles também podem estar envolvidos na morte do soldado dentro de uma academia. Por favor, compartilhem esse status”, conclamou Telhada a seus seguidores.
Sem ter provas dos “suspeitos”, outro policial ligado à Rota fez o seguinte comentário: “Tem gente que fala que ladrão não tem cara. Ladrão tem cara sim e em geral tem estilo funkeiro, quem duvida?” Outra pessoa questiona: “Eu só quero saber qual prova que levou a essa acusação sumária?” Telhada responde: “Você acha que um PM da Rota vai postar alguma mentira? E logo em seguida apela, “esses meliantes acham que mandam. Tá na hora de por o fuzil pra cantar, eu tô muito indignado!” – comentário que já recebeu 22 “curtir”.
Para Rodolfo Valente, militante do movimento social Rede Dois de Outubro, Telhada publica tais frases para angariar votos das camadas mais reacionárias da sociedade. Segundo Valente, esses comentários só fazem reforçar a política de extermínio que o PSDB delibera.
“Ele é candidato pelo partido do governador, um comandante da Rota que é capitaneado pelo governador, então isso deixa mais do que claro a política de extermínio que eles operam nas periferias”, ressalta.
Ameaça
Após escrever uma matéria sob o título “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”, publicada no sábado (14) pelo jornal Folha de S.Paulo, o jornalista André Caramante passou a receber inúmeras ameaças dos seguidores de Telhada.
Em uma delas, um “fã” do policial escreve que “quem defende bandido é bandido também! Bala nesses safados!”. Um outro diz: “É isso aí Telhada, vamos combater esses vagabundos”.
Um policial da Rota chamado Paulo Sérgio Ivasava Guimarães foi mais contundente. “Esse Caramante é mais um vagabundo. Coronel, de olho nele.”
Por sua vez, Telhada publicou um texto para se “defender” das acusações do jornalista. Em um dos trechos ele escreve: “Um indivíduo chamado André Caramante, notório defensor de bandidos, publicou uma matéria diretamente usando meu nome [...] qual será o interesse desse cidadão em defender bandidos? O que será que tem a ganhar com isso?”.
Para Rodolfo Valente, os policias da Rota não aceitam ser contestados de forma alguma, pois eles vêm da cultura da ditadura militar.
“Se você verificar bem o discurso dele, é muito semelhante ao discurso que o Maluf sempre entoou para se candidatar e ganhar eleições. O tal do “Rota na rua” é muito similar, é muito próximo ao do Maluf”, lembra Valente.