quinta-feira, 12 de julho de 2012

Carta aos futuros ou novos motociclistas.


Se você pretende ser um motociclista, eu gostaria de te passar alguma experiência, baseada nas situações pelas quais eu já passei. No que diz respeito a motos, eu aprendi, nestes meus 44 anos de motociclismo, que tomar um “esfrega” (cair, e arrastar no chão) não é uma questão de ‘se’, mas uma questão de ‘quando’, ainda mais se você utiliza a moto cotidianamente, como eu. Moto é para quem tem “culhões”, seja o motociclista um homem, ou uma mulher. Claro que medo, todo o ser normal tem que ter. Somente os loucos abilolados não têm medo. O medo do motociclista normal tem que agir no sentido de que ele se acautele para o inesperado. O medo não pode embotar o raciocínio do motociclista. Se isto acontecer, ele deve deixar a moto para que outro dirija. Não ele...

Aprendi, também, que a moto não perdoa motociclista “meia bomba”. O automóvel dá espaço pra que se tenha uma enormidade de motoristas horrorosos, que, pra dirigir sofrivelmente, precisam melhorar muito. Tem até os motoristas que são horrorosos, mas se acham ótimos. O máximo que acontece com eles, é ter um prejuízo atrás do outro. Com a moto é diferente: Ou o cara é um exímio motociclista, ou o cara é um motociclista morto. Com a moto, não há espaço pro cara “se achar”. Ele morre mesmo. Vemos, também, muitos motociclistas que começam a andar, tomam um “esfrega” bobo, e desistem da moto, no primeiro sustinho. No fundo, são pessoas que, de primeiro momento, se deram conta de que pilotar motos não é pra eles. Eles fazem muito bem de sair de cena, sem nenhuma sequela, enquanto o prejuízo não é grande. Eu bato palmas para as pessoas que tem a humildade de reconhecer, as suas próprias limitações.

E dentro do grupo dos exímios motociclistas, existem os que ficam tão inebriados com a sua destreza, que começam a se achar onipotentes. Tem um ditado que é perfeito para esta situação: “O orgulho vem antes da queda!”. Nunca um ditado foi tão verdadeiro. Estes motociclistas são os que fazem as maiores loucuras no trânsito, e os que sofrem os piores acidentes, na maioria deles, fatais.

Os exímios motociclistas, que não se julgam deuses, andam de moto hiper atentos, dando margem de segurança no seu andar. Eles são capazes de evitar vários acidentes, ou minimizá-los, freando quase a tempo de evitar a colisão, desviando a trajetória para diminuir impactos, caindo no chão já em baixa velocidade, entre outros. É por isso que uma placa de titânio na clavícula foi a pior sequela do que já me aconteceu, andando de moto nestes 44 anos.

Claro: O destino de cada um só Deus sabe. Se for seu destino morrer num acidente de moto, não há o que você faça, não há destreza ou precaução que te faça escapulir da morte. Você pode nunca ter andado de moto. Vai ser atropelado, na calçada, por uma, e vai morrer de acidente de moto. Tirando o improvável extremo, a sua hora vai chegar, como a de todo mundo, esteja você de farda ou de pijama. Mas, se você não der mole, o seu anjo da guarda vai agradecer.

Note bem: Cada indivíduo tem a sua forma de pilotar, seu nível de destreza, e a sua consciência do que é margem de segurança. Uma pessoa que nunca pilotou moto, não tem a menor ideia do que é conduzir uma moto, e nunca vai conseguir alcançar o que é possível, e o que não é possível fazer com uma moto. Para estes, tudo o que diz respeito à moto é uma loucura. Muitos indivíduos, que não têm a menor destreza, nem para dirigir automóveis, se utilizam como régua para medir os motociclistas. Nenhum ser humano deveria cometer a arrogância de se utilizar como régua para medir os outros. É muita soberba uma pessoa se julgar um gabarito para qualificar os outros. Isto é uma falha de conduta imperdoavelmente patética, e só contribui para a má fama de um meio de transporte tão prático.

Aos motociclistas iniciantes o meu conselho é: Se você não é um excelente motorista, ou não anda direito de bicicleta, nem tente... Não adianta você nunca ter batido de carro, para se achar um excelente motorista. Excelente motorista não é aquele que nunca bateu. “Só morre afogado quem sabe nadar”... Excelente motorista é aquele que dá fluxo ao trânsito, e não atravanca o tráfego. Se você for aquele motorista que mais atrapalha os outros motoristas do que dirige, desista de andar de moto. Se você adotar aquele mesmo passinho jocotó que você utiliza no carro, para andar na moto, vão passar por cima de você, em muito pouco tempo.

Caso você seja um bom motorista, e também ande bem de bicicleta, compre a sua moto, tire férias, vá passear em locais com pouco trânsito, e adquira destreza antes de começar a usar sua moto no dia a dia. Passeie bastante, e, quando você parar de raciocinar a condução da moto, quando ela virar uma extensão do seu corpo, só então você já estará pronto para o dia a dia com o trânsito da cidade.

O ideal é aprender a pilotar moto dentro do pasto de uma fazenda, com uma moto traill pelada, sem pisca, farol, ou lanterna pra quebrar. Mas 99% das pessoas não têm essa sorte. Repare que a experiência de pilotar a moto na terra, é ouro na hora de você ter que se virar com uma mudança repentina de aderência. Portanto, mesmo que você já tenha aprendido a pilotar moto na cidade, se você tiver a oportunidade de pilotar na terra (com uma moto traill, por favor), não a perca de maneira alguma.

Não existe a moto certa para aprender a pilotar. Já vi de tudo nessa vida. Gente que começou com uma Harley Davidson com peso perto de 300 quilos, gente que começou com ciclomotores, ou as antigas cinquentinhas, como eu... De tudo mesmo... O bom senso aconselha que você comece com as motos menos potentes, mas cada caso é um caso.

Existe, sim, a moto certa para você. E isso vai depender do tipo de utilização que você vai dar a ela. A sua estatura/peso é determinante para definir a moto ideal para você. Como seria possível um cara de dois metros de altura, e 110 Kg de peso, dirigir uma moto 125cc? Ele vai ficar “agafanhotado” na moto, numa posição deveras desconfortável, e a moto não vai ter potência suficiente para tirá-lo de situações de emergência. Da mesma forma, uma pessoa de baixa estatura/peso, teoricamente, não deveria pilotar motos de maior porte, mas o que é determinante, neste caso, é a altura do banco em relação ao chão, e não o porte da moto. Realmente tudo é possível, mas tem os casos aonde a configuração moto/piloto não vai favorecer a boa dirigibilidade, e vai favorecer os tombos. Tome o cuidado de não formar esse tipo de configuração.

Se eu pudesse ter várias motos, eu teria uma pra pegar estradas, uma pra brincar na terra, andando em trilhas, e uma pra andar no dia á dia da cidade. Mas esta não é a realidade de quase ninguém que eu conheça. Portanto, se você é como eu, que só pode ter uma moto, escolha a moto mais adequada para o destino que você pretende dar a ela.

Se você pretende utilizar a moto na cidade, cotidianamente, escolha uma moto que tenha grandes rodas e uma suspensão robusta, com o curso longo, que te permita passar pelos buracos da nossa cidade e subir o meio-fio para uma fuga de emergência. Quanto menor a roda da moto, mais ela entra dentro dos buracos, e imperfeições do piso, e tende a ficar presa neles. Deixe as scooters para os países civilizados, com as ruas parecendo um tapete, como Alemanha, França, Itália. É chique de doer, mas essa dor é de um tombo (viu mulherada fashion!!!). Escolha uma moto que passe bem pelo “corredor” (tenha o corpo “fino”, sem ter o banco desconfortável, que tenha o guidom alto para passar por cima dos espelhos retrovisores). Escolha uma moto que tenha uma distância entre-eixos pequena, para facilitar as manobras por entre os carros, e que tenha potência suficiente para fazê-lo arrancar à frente de todos, e te dar uma velocidade de cruzeiro algo em torno de 90/100Km/H. As motos monocilíndricas de 400cc, tipo a Honda NX4 Falcon, são as ideais para essa função.

Um opcional muito importante, para as novas motos, é o freio ABS. Ele é tão bom que, apesar de seu elevado valor, deve ser solicitado com a moto, sem pestanejar, quando você for comprar uma moto zero Km. Eu já tomei muito “esfrega” por conta de roda travada pelo freio. Você não precisa passar por esta lição. A tecnologia está aí pra isso mesmo.

Se você tem pretensão de fazer com que a sua moto do dia a dia também te leve às cidades vizinhas, em curtas viagens (+/- 100 km), o melhor para você são as motos monocilíndricas de 600cc, tipo Yamaha XT660R, ou BMW G 650 GS. Com elas você tem pouca perda de maleabilidade no corredor, em relação às motos de 400cc, mas vão te permitir uma velocidade de cruzeiro algo em torno de 120 km/H. Outra alternativa possível, que vai te dificultar mais no corredor, mas te dará bastante mais desenvoltura nas estradas é a CB 600F Hornet, ou a XJ6 N da Yamaha. Ambas são motos com motor de 4 cilindros, portanto são muito mais potentes. As motos de cilindrada maior que isto, são motos apenas para as estradas. Elas não servem para o trânsito das grandes cidades. Você pode até ter uma, mas vai ficar travado no trânsito quase igual a um carro.

Em relação à estradas, no que diz respeito ao veículo motocicleta, a minha opinião é que é totalmente desaconselhável um motociclista pegar estrada com uma moto de pequena cilindrada. Na estrada, é desejável que a moto tenha uma velocidade de cruzeiro entre 110 e 120Km/h. Velocidade de cruzeiro, que é algo em torno de 2/3 da velocidade máxima, para que você tenha reserva de potência para te tirar de apuros. As motos de 400cc ainda servem. Abaixo disso é muito arriscado.

As motos modelo custom, tipo Vmax, Harley Davidson, entre outras, são lindas e excelentes para passear. Vá para uma estrada tipo high-way com elas, e deixe o trânsito para outra moto. Elas são muito largas, com uma distância entre eixos enorme, portanto não servem para o trânsito. Elas também não servem para andar em estradas sinuosas, pois são muito ruins de curva. A posição de dirigir delas, a meu ver, também não é muito favorável, pois piloto e carona ficam acomodados perigosamente perto da roda traseira, com a pedaleira projetada para frente. Mas tem gente que ama de paixão... Não é o meu caso...

Acostume-se com a dinâmica de pesos da sua moto. Não tenha medo de inclinar sua moto nas curvas, e inclinar mais ainda o seu corpo, para ajudar a deslocar o centro de gravidade do conjunto para o lado de dentro da curva. O peso do seu corpo é determinante para que a sua moto faça bem uma curva. Ninguém é passageiro, quando se trata de uma moto. Todos os “indivíduos presentes” têm participação corporal no bom desempenho de uma moto fazendo curva.

No “asfalto limpo”, sem terra, areia, água ou óleo, sua moto não derrapa. Você pode inclinar a sua moto até raspar a pedaleira no chão, que a moto não desgarra. Não é recomendável que você viva testando os limites da sua moto, mas não seja um motociclista “roda quadrada”, daqueles que fazem curva com a moto em pé o tempo todo. Você precisa ter a experiência, e o costume de inclinar a sua moto nas curvas, até para saber como fazer isso na hora de viabilizar uma alteração de trajetória de emergência. Mais uma vez, procure se lembrar que, com moto, não é uma questão de ‘se’, mas uma questão de ‘quando’.

Um bom motociclista sabe aonde vai passar as suas rodas com a precisão de menos de um centímetro. Acostume-se com a idéia. Nenhum meio de transporte depende tanto do piso em que ele está para se manter longe de acidentes, portanto fique sempre atento. Areia, terra, água ou óleo, ou a soma de mais de um deles, no asfalto, provocam um tombo certo, se você não visualizá-los, e tomar a contramedida certa a tempo.

Nem sempre podemos escolher o melhor lugar da pista para andar com a moto, mas, na cidade, e nas estradas asfaltadas, o meio da faixa de rolagem, é justamente aonde pinga o óleo do carter dos carros, portanto é um lugar a ser evitado, na medida do possível. O lugar mais limpo das faixas de rolagem é aonde as rodas dos carros rolam. As rodas dos carros secam a água da chuva, retiram a terra e a areia, afastam pedaços de madeira, pedras, peças metálicas tipo pregos, entre outros, portanto, sem sombra de dúvidas, é o melhor lugar para você andar com a sua moto. Nas estradas de terra é ainda mais importante fazermos da mesma maneira, por motivos semelhantes, mas com um detalhe a mais. Os locais onde as rodas dos carros passam retificam e compactam o piso, fazendo com que uma trilha bem destacada se forme. O perigo nas estradas de terra são as valas formadas pelas chuvas. Muito cuidado com elas.

Outro coisa a ser evitada, a qualquer custo, é andar próximo ao meio-fio, no cantinho da rua. Lá vão parar tudo que os veículos expulsam da pista, tipo paus e peças metálicas, sem falar que o meio-fio limita as suas opções de desvio de trajetória pela metade, e tem muito espirito de porco que acaba te jogando pra calçada, aonde estão os postes, as árvores, e os pilaretes. Tem muito motociclista que se acidenta por não se sentir no direito de ocupar o espaço que está ocupando, e fica andando na beirada da rua. Isso é muito perigoso, e todos nós temos o direito de transitar nas vias públicas, inclusive você.

Vamos falar agora de tocada, levada, ou da forma como se deve andar com a moto, em relação ao trânsito. Tem muita gente, que nunca sequer sentou em uma moto, que fala que a moto deve andar como um carro. É mais ou menos a mesma coisa que dizer que a avestruz é uma ave, portanto ela tem que fazer migração entre os hemisférios, tal como as aves migratórias. É um bando de idiotas falando do que não entendem. O motociclista que anda igual a um carro vai ser atropelado. E não é uma questão de ‘se’, é uma questão de ‘quando’. Quando eu tinha 18 anos eu vi dois motociclistas, que andavam um ao lado do outro, devagar, como um carro, passeando no domingo, serem abalroados e atropelados. Os dois morreram na hora. O caminhão passou por cima deles dois. Desde então eu tomei a decisão de andar sempre entre 5% e 20 % mais rápido que o trânsito, ultrapassando de carro em carro, para me livrar dos doidos que vem por trás. Se vier alguém, com a intenção de me atropelar, vai bater antes em algum carro que eu já tenha ultrapassado. Quando eu paro no sinal de trânsito, eu paro sempre na frente do primeiro carro da fila, e fico com a primeira engrenada, olhando pelo espelho. Qualquer coisa, eu saio batido! 

Desvantagens evidentes à parte, a moto só tem duas vantagens de segurança, em relação aos carros. A primeira delas é o fato de que um motociclista tem uma visão privilegiada da pista a sua frente, pois o teto de 90% dos carros bate no ombro do motociclista. Ou seja: tirando se ele estiver atrás de pick-ups, vans, caminhões e ônibus, (evitem senhores) o motociclista enxergar muito mais à frente do que os motoristas. A segunda delas é que uma moto, em uma frenagem de emergência, vai parar em um espaço menor que um carro. Se tiver ABS, então, é gritante a diferença. Algumas bestas acham o contrário, mas, apesar da área de contato dos pneus de uma moto serem menores que a de um carro, a diferença de peso entre eles é enorme. Um carro pesa algo em torno de 1000 quilos, pra mais. A minha Falcon pesa 150 quilos. Por isso a moto faz mais curva, e para em um espaço mais reduzido que um carro, pois a massa é muito menor. No que me leva a outro problema: Quando você frear, preocupe-se muito com quem vem atrás de você. Lembre-se de que você não tem porta-malas para amassar, caso alguém bata na sua traseira. Se você não se ligar, passam por cima da moto, e de você.

Agora vamos falar de equipamento de proteção: Tirando os primeiros ‘esfregas’ aonde eu só deixei um pouco de pele no chão, fazendo trilha, a primeira vez que eu me machuquei andando de moto em uma trilha, foi porque eu estava usando um tênis, ao invés de usar uma bota de couro, com bico de aço. A segunda, porque eu não estava usando colete off-road. A terceira foi porque não haviam protetores de mão no meu guidom. Também houve a vez em que eu fiquei desacordado umas 4 horas porque não estava usando capacete (fantástica essa...). Aprendi na marra que, com moto, estar protegido é sempre a melhor opção. Tive muita sorte, as lições foram brandas. A grande maioria não tem tanta sorte assim. Hoje eu não abro mão de ter um excelente capacete. O meu último custou 1700 Reais, e foi aposentado recentemente por “excelentes serviços prestados”, e eu já encomendei outro igual.

O capacete tem que ser do tipo integral. Atenção mulherada!!! Deixem a estética mandar, quando a segurança não estiver em jogo. Capacete “bonitinho”, do tipo aberto na frente não protege o rosto, e vocês podem ficar com o rosto mutilado, em caso de acidente, e isso na melhor das hipóteses. Outro tipo de capacete que não serve são os capacetes do tipo flip-up, que dizem que é como o capacete integral, mas que a frente abre pra você fumar. Eles não têm estrutura para proteger a sua cabeça, em caso de impacto frontal. Um filho de uma amiga minha morreu num acidente de moto, e este tipo de capacete teve participação direta na morte dele. O capacete tem que ter do tamanho certo para você. Se ficar folgado não serve de nada. Ele tem que entrar dobrando as orelhas, e estar bem amarrado no queixo, para que você não tenha a sua cara destruída em caso de impacto frontal.

Eu também não abro mão de ter luvas de couro, porque já fiquei sem os tampos das duas mãos, e, garanto, não é nada bom... Pelos mesmos motivos, tirando às vezes em que vou para praia, não abro mão de usar botas de cano alto. Casaco/calça de couro ou cordura é muito bom, mas o nosso clima tropical faz com que, às vezes, isso tenha que ser negligenciado.

Compre uma boa mochila. Ela vai ser sua companheira inseparável, tanto quanto o seu capacete. Coloque dentro dela casacos sobressalentes, uma roupa impermeável, e galochas para vestir as suas botas/sapatos/tênis.

As roupas impermeáveis importadas são mais leves e ventiladas, e isso vai fazer muita diferença no verão. Note bem: Proteção contra frio e água não é um luxo. É equipamento de segurança primordial. Já soube de muitas quedas provocadas por motociclistas que tremiam incontrolavelmente. Coloque dentro de sua mochila, também, uma ou mais redes de elástico, para você poder prender o que quer que você queira carregar, no banco, ou no tanque da moto. Carregar coisas no braço dirigindo moto é uma temeridade. Esta prática provoca oscilações perigosas na trajetória da moto. Ainda com relação a esse tópico: Tem gente que gosta de andar com o capacete pendurado no braço. Em caso de queda, o capacete no cotovelo, por uma questão de alavancagem, quebra o seu úmero com 99% de certeza. Não leve o capacete no braço. Em uma das poucas vezes em que eu fiz isso, um carro que eu estava ultrapassando desviou de um buraco, e o capacete bateu no retrovisor, que por sua vez bateu na minha costela. Por besteira eu tive uma costela fissurada... Tenha sempre a capa do capacete, que sempre vem com ele, na hora da sua compra. Ela é perfeita para vestir atravessado no peito pendurando o capacete a ser transportado pelas costas.

Adquira alguma desenvoltura com a sua moto, antes de dar carona para a sua morena. Quando você finalmente se achar apto a levá-la, sem que ela se machuque, jamais permita que ela se segure ou se apoie nos seus ombros. Isto provoca a alterações involuntárias da trajetória da moto quando você acelera ou freia, e isso pode levá-los ao chão. Homens caronas devem se segurar nas alças laterais, colocadas lá para o carona se segurar. Mulheres devem andar com o corpo colado nas suas costas, abraçadas ao seu tronco, e, de preferência, com as mãos dentro da sua calça... hehehe 

Brincadeiras à parte, espero que você tenha um bom início na sua vida de motociclista. Se você acatar e entronizar todas as minhas dicas, eu garanto que você vai evitar as piores lições. O seu aprendizado, a partir daqui é constante. Eu continuo aprendendo todo dia uma coisa diferente.

Boa sorte, não se distraia, não se negligencie, para não se machucar muito quando o seu próximo “esfrega” vier.

Ats.
Fábio Malaguti.

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